O nosso primeiro “não” na carreira

Eu já mandei meu currículo para milhares de lugares diferentes. Alguns que eu queria trabalhar, outros nem tanto, mas precisava da grana. Quando me mudei pro Rio de Janeiro vi minha caixa de saída virar uma sentença de “vaga para…”. Recebi um milhão de nãos, poucos sins. Os sins que eu queria de verdade, só vieram muito tempo depois. Mas sempre coloquei na cabeça que a gente não precisava começar a carreira trabalhando com algo que a gente realmente ame. Primeiro a gente pega o jeito, depois a gente brilha no que gosta de verdade. Não faz muito sentido achar que vai cair do céu uma oportunidade incrível logo de cara. Apesar de saber de tudo isso, cada “não” que eu recebia era um soco no estomago, um nó na garganta e uma vontade de nao levantar mais da cama. Recebi milhões de e-mail que diziam “infelizmente não foi dessa vez. Essa vaga já foi preenchida. Obrigada pela participação”e era sempre a mesma sensação estranha. Hoje, pela primeira vez, eu escrevi o e-mail de “obrigada pela participacao. Essa vaga ja foi preenchida”. Hoje eu trabalho em uma revista que eu sempre tive vontade de trabalhar. E daí eu me lembrei de quando eu recebia esses e-mails e ficava com aquela sensaçao estranha.

Eu quis escrever para os candidatos que a vida era assim mesmo, que às vezes, uma porta se abre para a outra abrir e que o importante é não desistir, porque uma hora a oportunidade aparece e a gente nem sente. É importante continuar insistindo e acreditando quando ninguem mais acredita. É importante continuar indo trabalhar com um sorriso no rosto, mesmo que seja um lugar chato. Você sabe que é passageiro, você sabe que é o começo de tudo e que tudo vale como expêriencia. Mesmo. aprendi muita coisa boa até nos piores empregos. Nenhum trabalho é indigno.

Eu queria dizer que fazer estágio é um saco e que o mercado é ingrato, mas a vida compensa a gente se não não abaixarmos a cabeça. Um não é o primeiro passo para ganhar o mundo. Aguenta firme que passa. Esse nó na garanta aos poucos se transforma em um frio na barriga quando a gente realiza que o não te levou pra um caminho que você nem imaginava. E sempre é o caminho do sim.

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